Mel Serras de Mértola
Mel Serras de Mértola, O sabor do afeto!
Pedro diz lembrar-se “desde sempre estar ligado às abelhas”, porque já o seu pai se dedicava a “elas”. O interesse pela apicultura surgiu quando tinha 14 ou 15 anos, altura em que frequentava “a Escola Secundária em Mértola… depois [teve] a oportunidade de ir estudar para a Escola Agrícola de Serpa, no curso de Indústrias Agroalimentares”, tendo o seu trabalho final de curso sido exatamente sobre a apicultura. Desde aí, não deixando de acompanhar o pai na sua atividade, começou a investir em colmeias próprias.
Confidencia que nesses tempos “o mel tinha um valor muito baixo, era vendido em bidões e não compensava. Após criar a … marca Mel Serras de Mértola começou a ser mais rentável”. Eram também tempos diferentes, em que existiam menos apicultores, no concelho não seriam mais do que “meia dúzia de pessoas que tinham colmeias”.
Com a chegada dos incentivos, por via dos financiamentos europeus, o investimento na apicultura cresceu, “o pessoal aproveitou e começaram a dedicar-se mais à apicultura”.
Diz, com alguma amargura, que “em termos de produção, os dias de hoje, não têm comparação”, pois, quando iniciou “tirava-se muito mais”. As abelhas “andam doentes” a alerta para a urgência de travar “as desmatações… os fogos” que vão destruindo a flora.
Apesar das agruras, ainda há o rosmaninho! A planta confere um aroma muito especial ao mel. “O mel de rosmaninho é um mel distinto [diz] tem muito mais procura. Também existe a soagem, mas [prefere] o rosmaninho”.
Além do mel, de há 3 anos para cá, começou a “fazer polinização de amendoeiras, isto na zona de Serpa, porque só viver do mel começa a ser complicado.”
Quanto à produção de mel, garante que “mesmo existindo muitos apicultores, [não considera] haver concorrência, porque cada um tem os seus clientes próprios”. Até porque “o mel de apicultor para apicultor tem um sabor muito distinto”.
O seu tem o sabor do afeto que tem pelas abelhas, pela terra e pelo rosmaninho!